05/04/2020

 10

QUANTO PUDERES
(1913)
Mesmo se não puderes fazer a vida como a queres,
isto ao menos tenta
quanto puderes: não a desbarates

nos muitos contactos do mundo,
na agitação e nas conversas.

Não a desbarates arrastando-a,
e mudando-a e expondo-a
ao quotidiano absurdo
das relações e das companhias
até se tornar uma estranha importuna.

Konstantinos Kaváfis, 145 Poemas (trad. Manuel Resende), pág. 39, 1ª ed., Flop, Porto, Out. 2017 
 

Sem comentários: