de Arseny Tarkovsky, um poema do 'Caderno de Chistopol'
Outrora, uma casa erguia-se aqui. No seu interior, um velho
vivia com uma criança. E agora a casa não existe.
Uma bomba de cem quilogramas – a terra, mais escura que breu.
Uma casa, agora nada. É isso a guerra; o que pode ser feito?
Sobre um monte de trapos cinzentos, um samovar cintila.
Um aparador, perto de um cavalo. Por cima do cavalo, vapor.
Ao longo da parede desabada, algumas urtigas crescerão.
Os desgraçados fantasmas da guerra terão, aqui mesmo, casa
para sempre. Sem eles, quem gemeria à noite,
quem se contorceria e assobiaria em fornos frios?
1942
versão minha, a partir de "I Burned at the Feast" (trad. Philip Metres & Dimitri Psurtsev), pág. 37, Cleveland State University Poetry Center, 2015
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