I.
Tão perto, a morte: só longínquo permanece o seu mistério
e, por mais que caminhe, na direcção do Invisível,
nada mais vejo além da sombra do meu cérebro
Tão perto, a morte: tão poucos anos tão eternos só de amor
e, por mais que possua o sentimento, sou sempre perdedor:
nada mais tenho além d'urgência do meu sangue
Tão perto, a morte: aqui mesmo à mão de semear
e, por mais que, à terra, as sementes de mostarda lance,
nada mais colho além do vôo do pardal que as come
António Barahona, in Telhados de Vidro nº 17, novembro de 2012
retrato por Inês Dias |
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