Fonte
Se me perguntardes: Onde bebeste?
Responderei:
Bebi em rios que arrastam lodo,
Arame farpado e sangue.
Em rios que reflectem céus negros,
Lágrimas de tortura, destruição,
Ruínas, companheiros mortos,
Meninos e velhos a mendigar ternura...
Nestes rios bebi.
Mas depois vos direi:
Nos meus rios há também a Primavera,
Orvalho, música e laranjais,
Há violetas, andorinhas, céu azul,
Braços que erguem colunas e pontes,
Sorrisos de crianças e a palavra mãe.
E há um horizonte iluminado
Com a vitória duma manhã que irrompe.
Ilse Losa, in "rev. Árvore nº2", inverno de 1951-52
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