15/06/2019

Roda em perpétuo movimento é a vida
E cada dia é o dia certo.
Aquele que recita poemas à sua morte
Acrescenta geada à neve.


§

A vida é como uma nuvem de névoa
Emergindo de uma caverna
E a morte
Uma lua flutuante
No seu curso celeste.
Se pensares demasiado
Acerca do significado que possam ter
Ficarás para sempre amarrado
Como um burro a uma estaca.

Mumon Gensen (1323 - 1390), in "Poemas de Morte Japoneses: escritos por monges zen e poetas haiku à beira da morte".

(versão portuguesa: amadeu liberto fraga)

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